quarta-feira, 17 de outubro de 2007

HÓ miséria, quanto tempo mais

A Caixa Geral de Aposentações (CGA) recusou mais uma vez a reforma a uma Professora com 50 anos e cancro na língua, (parte dela teve de ser retirada) contrariando assim a Junta médica que declarou como incapaz para o exercício das suas funções.

A indignação de Conceição Marques está estampada nas suas palavras:

“Tenho muitas dores e uma grande dificuldade em falar, sobretudo depois de algumas horas a dar aulas. Às vezes, durante as aulas, fico com lesões na língua, que começa a sangrar, e tenho de pedir a alguma colega ou funcionária da escola para ficar com as crianças”

“Não aguento mais dar aulas. Estou física e psicologicamente arrasada. Se eu morrer fico mais barata à CGA”

“Mantive sempre a minha vida profissional sem alteração. Mesmo nos dias da quimioterapia, nunca faltei e nunca pus baixa médica”

“Não compreendo o que me estão a fazer. Não se faz a mim, mas também não se faz a estas crianças”

No mês de Julho de 2007, vale a pena recordar a frase do Primeiro-ministro José Sócrates, ao ser questionado, após divulgação pública, do caso da Professora com leucemia e de um docente com cancro na traqueia que viram as suas reformas serem recusadas pela CGA.

“Eu fiquei tão chocado como a opinião pública ficou com esses dois casos e penso que não se devem repetir” Afirmou o José Sócrates.

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